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Receita de ART da Mútua sobe em abril. “Engenharia não parou”, salienta Dacal

Os dados e a afirmação são do presidente da Mútua, na manhã desta quarta-feira (16), durante a 1569ª Sessão Plenária do Confea

Participantes da reunião fazem um minuto silêncio em respeito às vítimas da Covid-19

Ainda de forma híbrida, o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea) realiza esta semana três reuniões plenárias: 1569ª, 1570ª e 1571ª. A primeira, aberta na manhã desta quarta-feira (16), contou com a participação da Diretoria Executiva da Mútua para a apresentação do Relatório Mensal da Instituição. O presidente, eng. civil Fernando Dacal Reis, fez apontamentos importantes sobre as atividades da Caixa de Assistência, como os gráficos de receitas e despesas. Os dados mostram um aumento das receitas advindas das Anotações de Responsabilidade Técnica (ART) no comparativo com o mesmo período de 2019 e 2020.

“Uma grata surpresa a Arrecadação com ART. Isso significa que o momento da Engenharia está muito bom. O país está crescendo, vemos isso pelas perspectivas do PIB e grande parte desse incremento vem da Engenharia, tanto do agronegócio, quanto da Engenharia em geral, como também vemos que o mercado imobiliário tem respondido bem. Fiz questão de trazer um comparativo também com os números de 2019, porque poderiam dizer que ano passado tivemos a pandemia e a arrecadação caiu de março a julho, mas não. Se observamos 2019, quando estávamos dentro da normalidade do país, e olharmos 2021, todos os meses até abril estão acima de 2019”, ressaltou.

Dacal detalha os índices contidos no relatório

No ano de 2019, nos meses de fevereiro a abril, as receitas de ART da Mútua registraram um montante de pouco mais de 29 milhões. No mesmo período de 2020, o valor foi de cerca de 28 milhões e, agora, neste ano, o crescimento saltou para mais de 35 milhões. A queda no custeio da Mútua também foi citada. Em fevereiro de 2021, a margem dos custos operacionais da Instituição estava em 32% das suas receitas. Em abril, o índice caiu para um pouco mais de 29%. Dacal ainda reforçou que tratativas com relação a ajustes na estrutura da Mútua estão sendo discutidas junto à Comissão de Controle e Sustentabilidade do Sistema (CCSS) para reduzir ainda mais o percentual de custeio, em atenção às determinações do Tribunal de Contas da União (TCU).

Demais assuntos pertinentes às atividades da Mútua também figuraram na fala do presidente. Itens como anuidades, que em decorrência de campanha de desconto – que inicialmente era apenas até março – levou a um movimento dos associados de antecipação do pagamento – ficando 300% acima do mesmo período no ano passado -; pagamento do auxílio Pecúlio, com 128 famílias atendidas em 2021 (totalizando mais de 2,5 milhões) e registrando, assim, um aumento que é explicado pela pandemia da Covid; desempenho do TecnoPrev, que está com 10% de rentabilidade nos últimos 12 meses e segue como uma melhor alternativa ante o mercado financeiro tradicional; e o projeto do novo sistema de oferta de planos de saúde aos associados, no qual a Mútua passará a ser a gestora das operadoras de saúde e está em fase de discussão com o Plenário do Confea.

Os diretores executivos eng. civil Ricardo Araújo (financeiro) e eng. agron. e Seg. Trab. Cláudio Calheiros (TI e Benefícios) também acompanharam a reunião no Confea. Na foto, ao centro, o presidente do Crea-SE e ex-diretor da Mútua, eng. civil Jorge Silveira, e o presidente, eng. civil Fernando Dacal

Para além dos números, algumas das ações institucionais e internas foram também elencadas aos conselheiros federais. Como a campanha apoiada pela Mútua do “Junho Vermelho”, de engajamento à doação de sangue. “Um chamamento aos profissionais da Engenharia, para que neste mês, os que puderem, doem sangue e, assim, possamos salvar vidas”, incentivou Dacal. A realização das reuniões com as regionais, neste e no próximo mês, ainda foi citada pelo presidente da Mútua. “Já realizamos as reuniões com as Caixas do Centro-Oeste e do Sudeste, na semana que vem acontece a das Caixas Norte. Em julho, teremos Nordeste e Sul”, apontou.

Interação com o Plenário

Sempre muito produtiva, a interação com os conselheiros federais após a apresentação do relatório da Mútua traz aos diretores novas percepções acerca do trabalho da instituição e possibilita que eventuais dúvidas e questionamentos dos conselheiros sejam sanadas. Na reunião desta quarta-feira, alguns conselheiros registraram importantes considerações. A eng. agron. Andréa Brondani da Rocha, conselheira pelo Rio Grande do Sul, comentou sobre a eleição do diretor financeiro da Mútua de seu estado. “Tivemos a primeira Sessão Plenária do Crea-RS semipresencial, quando os conselheiros regionais executaram sua responsabilidade e elegeram o diretor regional financeiro da Mútua-RS, o eng. civil Márcio Marum. É importante trazermos quem são nossos diretores regionais, essa permeabilidade e transparência é fundamental para nosso trabalho em prol dos profissionais”, afirmou.

O conselheiro Gilson de Carvalho Queiroz Filho, engenheiro civil de Minas Gerais, compartilhou sua visão acerca do aumento da arrecadação de ART. Para ele, a Engenharia Civil ainda não retornou a patamares significativos devido ao aumento dos preços dos materiais de construção, a redução dos lançamentos de empreendimentos e da diminuição do ritmo dos programas governamentais da área. “O PIB está sendo sustentado pelo agronegócio e pela mineração, mas essas áreas também não suportarão muito tempo. Acredito que a Mútua precisa se preparar para uma queda de receitas”, avaliou. Ainda segundo o conselheiro mineiro, o aumento atual também está ligado ao aprimoramento por parte do Sistema Confea/Crea e Mútua da área de fiscalização. Por fim, Gilson parabenizou o presidente Dacal e demais diretores pelo trabalho na Mútua.

Cobrando ações que demandam não só a atuação da Mútua, mas também do próprio Plenário do Confea, o eng. eletric. Modesto Ferreira dos Santos Filho, conselheiro pelo estado do Rio Grande do Norte, pediu a análise das propostas de reestruturação funcional da Mútua. “Em atenção ao Acórdão do TCU, precisamos discutir essa matéria, não tiro a responsabilidade desse Plenário, que já deveria ter resolvido essa questão”, comentou. O assunto diz respeito à Comissão de Controle e Sustentabilidade do Sistema (CCSS) e, conforme indicou o coordenador da Comissão, o conselheiro Gilson Filho, a proposta está pautada  para deliberação dos conselheiros nas reuniões desta semana. O presidente da Mútua também falou sobre o assunto, sublinhando que a Instituição apresentou sugestão de readequação da estrutura da Sede da Caixa de Assistência e que a divergência com a proposta da CCSS é algo conciliável. “Aguardamos a aprovação para tomarmos as medidas cabíveis. Dependemos da decisão desse Plenário para que possamos evoluir nessa questão da estrutura”, disse Dacal.

O eng. mec. Marco Aurelio Candia Braga, coordenador do Colégio de Entidades Nacionais (CDEN) e presidente da Federação Nacional de Engenharia Mecânica e Industrial (FENEMI), que acompanhou a Sessão Plenária via web, corroborou o entendimento de que o aumento da arrecadação da ART foi impulsionado pela volta da força da atividade econômica no país. “Os números que a Mútua apresentou, sobre o crescimento da arrecadação de ART, refletem a verdade. Porque se observarmos, este ano tivemos dois quase apagões. Se está faltando energia é porque a economia está se recuperando. A Mútua vai ter um crescimento sim de sua arrecadação baseada na ART.  Fico feliz pela Mútua ter esses números e quero parabenizar por estarem atentos a estes números”, comentou. Candia Braga ainda agradeceu a Caixa de Assistência pela parceria com as entidades de classe e convidou a todos para assistir a live do Dia Internacional da Mulher na Engenharia, no próximo dia 23, que contará com a participação, entre outras mulheres do Sistema, da diretora administrativa da Mútua, eng. agron. Giucelia Figueiredo.

A atual Diretoria Executiva da Mútua encerra seu mandato em agosto, com a futura Diretoria tomando posse no dia 25. Ou seja, nesses meses a Instituição está em um processo de transição, conforme destacou o conselheiro federal eng. agron. Luiz Antonio Corrêa Lucchesi, representante das Instituições de Ensino da Agronomia. “Quero cumprimentar a todos, principalmente o Plenário do qual eu participo, pela atenção com que todos e a CCSS têm se pautado no tocante aos assuntos da Mútua, e cumprimento a gestão que está finalizando. Minhas palavras são mais um registro da esperança no futuro de dias melhores, pois estamos em um processo de aprimoramento do Sistema Confea/Crea e Mútua”, explicou.

Por fim, o conselheiro Carlos de Laet Simões Oliveira, engenheiro mecânico e representante da Engenharia Industrial pelo estado do Espírito Santo, citou o Acórdão do TCU e corroborou as palavras do conselheiro Modesto, ao pedir celeridade nas tratativas dos temas de redução do custeio da Mútua. Ele ainda parabenizou Dacal pela apresentação e solicitou que as questões e documentações enviadas pela Mútua ao Conselho Federal sejam informadas ao Plenário. O presidente da Mútua explicou que sempre é seguido o rito formal de protocolo, geralmente de Presidência para Presidência.

O Plenário do Confea prossegue com a pauta das Sessões Plenárias até esta sexta-feira, com a discussão de temas oriundas das diversas Comissões.

Fonte: Gecom/Mútua

Fotos: Mútua e Confea