Com uma participação bastante expressiva de parlamentares, foi realizada hoje (20), pela manhã, a solenidade de abertura do 8º Encontro de Líderes Representantes do Sistema Confea/Crea e Mútua, no Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB), na capital federal.
O engenheiro Paulo Guimarães, presidente da Mútua – assistido pelos diretores executivos da Instituição, os 81 diretores regionais de todo o Brasil, presidentes dos 27 Creas, conselheiros federais e regionais, presidentes de entidades de classe, coordenadores de Câmaras Especializadas e outros convidados -, apontou em seu discurso os recentes indicadores de crescimento e avanço da Mútua: duplicação do número de associados, aumento bastante significativo na concessão de benefícios, a certificação ISO 9001:2015 e o posto de uma das 150 melhores empresas para se trabalhar. Segundo Guimarães, esses resultados “atestam o investimento em qualidade e qualificação para o fortalecimento, sempre, de melhores produtos e serviços aos associados”.
E seguindo nessa linha, o presidente da Caixa de Assistência ressaltou que novos projetos serão intensificados na busca de patamares mais elevados. “Para a Mútua, o desafio é a busca constante de ações e soluções que proporcionem aos profissionais da área tecnológica cada vez mais qualidade de vida, reafirmando que essa é a nossa principal missão”, destacou.
“O Brasil não pode se tornar um país sem alvará de funcionamento”
O presidente do Confea, eng. civil Joel Krüger, deu o tom que deve permear o encontro: a atuação parlamentar das lideranças do Sistema no Encontro. Ele destacou a importância da agenda a ser realizada amanhã, quinta-feira (21), no Congresso Nacional, apresentando alguns dos resultados obtidos. Ao falar sobre o anunciado desarquivamento do PL 13/13 que considera essenciais e exclusivas de Estado as atividades exercidas por engenheiros, arquitetos e agrônomos ocupantes de cargo efetivo no serviço público, Krüger afirmou que foram recebidas 44 assinaturas, “bem mais do que as 27 necessárias”. Para ele, a participação de todos “é fundamental”
Outros pontos destacados e que mereceram aplausos durante sua fala foram as recentes tragédias de Brumadinho e do Centro de Treinamentos do Flamengo e ainda a formação profissional. “Essas tragédias são o retrato de um país que há muito tempo deixou de se preocupar com a Engenharia. Que cortou investimentos, que sucateou grandes empresas públicas, que não vê a necessidade de construir a engenharia pública da União. O Brasil não pode se tornar um país sem alvará de funcionamento”.
Quanto à formação profissional, ratificou a posição contra o ensino a distância em Engenharia e Agronomia:
“Esse mesmo descaso com o país vem permitindo que a educação brasileira venha a ser achincalhada, quando constatamos a inércia para lidar com questões elementares como a propagação de cursos sem qualidade e a insistência em adotá-los por meio de um ensino a distância, ainda que contrariando todos os pareceres técnicos e científicos. Esse tipo de educação está longe de representar qualquer avanço, muito pelo contrário, ao menos no que se refere à forma como a modalidade vem sendo aceita para os cursos de Engenharia e Agronomia”.
Defesa da Engenharia
Em agradecimento e reconhecimento, todos os parlamentares presentes tiveram espaço de fala. Diversos foram os aspectos abordados pelos deputados e senadores no tocante à Engenharia, à Agronomia, às Geociências e ao Sistema, mas sempre enfatizando a relevância da área para o país e para a sociedade.
Para o deputado José Carlos Schiavinato (PP-PR), que também é engenheiro, uma das grandes preocupações é a educação de qualidade. “A engenharia é muito importante dentro do cenário nacional, para as ações da sociedade, do governo, para que elas aconteçam com qualidade, acima de tudo com segurança. Tenho preocupação com os cursos de engenharia que têm sido colocados no mercado, o que mais me intriga são os cursos a distância, pois participei da engenharia, frequentei os bancos das universidades, sei das dificuldades que se tinha e agora se coloca com tanta facilidade. Será que as pessoas evoluíram tanto nesses 40 anos?” provocou o deputado.
De acordo com o senador Rodrigo Cunha (PSDB-AL), defensor do desarquivamento do projeto que defini a Engenharia como carreira de Estado, a aprovação da proposta seria uma maneira de valorizar a profissão, além de levar mais segurança para as próprias estruturas governamentais, que deixariam de ter profissionais transitórios, pois seriam concursados. “Temos excelentes profissionais, essa qualidade precisa ser transferida para o serviço público”, disse o senador. Cunha é o presidente da Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle e Defesa do Consumidor (CTFC), e frisou a importância do trabalho conjunto com o Confea. “A Comissão é responsável também pelas obras inacabadas, a boa utilização dos recursos públicos, e com certeza é importante a presença do Sistema Confea/Crea para que possamos somar com o mesmo objetivo em prol do desenvolvimento e o bom uso do dinheiro público”.
Já o deputado Ricardo Izar destacou a importância da comunicação entre parlamento e entidades de classe para que se saiba as demandas da profissão, os projetos que afetam diretamente à área. Izar disse que para esse ano a meta é aprovar o PL 9818, que retira do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR) a atribuição de definir como exclusivas as atividades dos arquitetos e urbanistas, que sempre foram desempenhadas por várias outras modalidades profissionais. “Reserva de mercado é inadmissível no Brasil”, condenou o parlamentar.
Dispositivo de honra
A abertura do Encontro teve um dispositivo de honra formado pelo eng. civil Joel Krüger; pela eng. civil Fátima Có, presidente do Crea-DF; senador Rodrigo Cunha (PSDB-AL); eng. civil e deputada federal Leandre Dal Ponte (PV-PR); deputado distrital Rogério Negreiros (PSD-DF); eng. agr. Francisco de Almeida que preside o Crea-GO e coordena o colégio de presidentes de Creas; eng. civil e presidente da Mútua, Paulo Guimarães; pelo eng. agr. Kleber Sousa dos Santos, coordenador das Câmaras Especializadas de Agronomia; eng. civil coordenador do Colégio de Entidades Nacionais (Cden) e presidente nacional do Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia (Ibape), Wilson Lang; eng. civil e vice-presidente da Federação Interestadual (Fisenge), Ubiratan Felix Pereira dos Santos; eng. civil e presidente da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE), Murilo Pinheiro; eng. civil presidente da Associação dos Engenheiros de Santa Catarina, engenheiro civil Carlos Nakazima e pelo eng. ambiental que coordena o Colégio de Entidades Regionais e preside a Associação Paranaense de Engenheiros Ambientais, Helder Nocko.
Planejamento do Sistema
Durante o Encontro, ocorre a definição de coordenadores e do plano de trabalho 2019 dos fóruns consultivos do Sistema: Coordenadorias Nacionais de Câmaras Especializadas, Colégio de Entidades Nacionais e Colégio de Presidentes, por isso o evento é tão importante para a agenda do Sistema.
Outra importante atividade do evento acontece nesta quinta-feira (21), segundo dia do Encontro: mobilização junto ao Congresso Nacional. Divididos em grupos de representantes de cada estado, as lideranças terão audiências com deputados e senadores de sua localidade para divulgar a agenda legislativa prioritária do Sistema para 2019 e buscar apoio para o posicionamento do Sistema nas matérias que tramitam no Congresso Nacional. O 8º Encontro de Líderes vai até sexta-feira (22), no Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB).
Encontro Mútua – Governança e Sustentabilidade
Tradicionalmente a Mútua realiza, paralela ao Encontro de Líderes, uma programação específica para as Diretorias Regionais, com foco no universo Mútua. Neste ano, o evento recebeu o nome de Encontro Mútua – Governança e Sustentabilidade e está sendo promovido em local externo ao CICB. Os diretores da Mútua participam de momentos pontuais do Encontro de Líderes, como a abertura, a ação parlamentar e o encerramento.
Fonte: Gecom/Mútua (com informações do Confea)
Fotos: Confea