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Live sobre COVID explica medidas de prevenção na retomada das atividades presenciais

A conversa sobre o tema, que ocorreu no canal Youtube TV Mútua, foi conduzida pela médica que atua na Mútua, Soraia Toledo, tendo como convidado o diretor da Qualicorp, Celso Evangelista   

A médica pós-graduada em Medicina do Trabalho, Saúde Pública e Auditoria Médica que atua na Mútua, Soraia Toledo, e o diretor de Inteligência Médica da Qualicorp, Celso Evangelista, realizaram, na tarde de terça-feira (9), a Live COVID – Ambiente e Convivência no Trabalho. O bate-papo ocorreu no canal da Mútua no Youtube e atendeu à solicitação do Plenário do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea). O link com o programa, realizado para líderes, gestores e colaboradores do Sistema Confea/Crea e Mútua, além dos profissionais da área tecnológica e público em geral, continua disponível.

Os dois médicos debateram acerca dos desafios impostos aos profissionais e às empresas que necessitam retomar as atividades presenciais em meio à pandemia do coronavírus – ainda não controlada no país – e explicaram quais medidas são necessárias para prevenir e impedir a contaminação no ambiente profissional. 

Soraia Toledo destacou a importância de se respeitar as regras de convivência e de distanciamento definidas pela Organização Mundial de Saúde (OMS): a redução das equipes presenciais e a manutenção dos grupos de risco em ambiente de teletrabalho, o distanciamento social, a higienização de ambientes e das mãos e uso de máscaras, entre outras medidas. “Uma dificuldade a mais para as empresas é que as medidas, para serem efetivas, precisam ser tomadas não apenas no local de trabalho. Por isso, o respeito às regras de distanciamento e higiene deve ser mantido dentro e fora do ambiente de trabalho”, justificou.

Para o convidado diretor da Qualicorp, Celso Evangelista, é necessário estar atento à equipe para reconhecer o melhor momento de retomar às atividades presenciais. Além disso, ter a sabedoria de reconhecer erros e, se necessário, corrigir rumos. “Importante destacar que entrar em quarentena é mais fácil do que sair, dadas as dúvidas e inseguranças normais no momento que surge uma nova doença, como é o caso da COVID-19. Por isso, os empresários e gestores devem estar atentos ao ambiente e aos sinais trazidos pelos colaboradores”, explicou Evangelista.

Colaboração mútua

Além disso, os dois profissionais da área de saúde destacaram a necessidade de as equipes atuarem com respeito, solidariedade e colaboração mútua. “O momento parece desafiador, mas o que sabemos é que, mesmo essa crise, vai passar. O mais importante é não negar a realidade e agir com responsabilidade. Assim, o problema poderá ser superado com mais rapidez”, disse Evangelista.  

Na apresentação foi explicada, ainda a importância de as empresas realizarem, sempre, a análise de temperatura corporal, por meio de termômetro infravermelho, sem contato. A regra vale para todas as pessoas que estiverem no ambiente de trabalho, não apenas os colaboradores.

Além disso, foi destacada a preocupação, que deve ser compartilhada por todos, de que a mascará não deve estar úmida, nem ser tocada durante o uso e, além disso, precisa ser trocada a cada duas horas, para preservar a eficiência da medida.

Medidas adicionais que auxiliam a segurança, como as adotadas pela Mútua, envolvem a distribuição de kits contendo máscaras de tecido, álcool em gel individual para uso nas estações de trabalho e lenços de papel, além da limpeza frequente  de maçanetas, corrimãos das escadas, botões dos elevadores e outras superfícies de constante contato.

Assista à live completa COVID – Ambiente e Convivência no Trabalho, clicando  aqui.

 

RESPOSTAS ÀS QUESTÕES DO CHAT


Durante a live, os médicos Soraia Toledo e Celso Evangelista responderam várias perguntas do público que acompanhava a transmissão ao vivo. Mas, por falta de tempo, nem todas as perguntas inseridas no chat foram comentadas. Abaixo, estão compilados alguns dos principais assuntos, respondidos pela doutora Soraia, após a transmissão. 
 
 
Como deve se portar, na volta ao trabalho, uma pessoa que tem crise alérgica, apresenta asma e rinite forte? 
Sugiro avaliação e laudo com pneumologista e com otorrino para um melhor controle.  A asma mal controlada a coloca em risco aumentado, caso venha a se contaminar. O laudo do seu estado deve ser encaminhado à Medicina do Trabalho da empresa (ou externa) para avaliação quanto as providências cabíveis junto à Gestão de Pessoas.
Quem precisa  pegar ônibus, como pode se defender? 
Quem necessita de transporte coletivo deve verificar, junto à chefia, a possibilidade de ficar em home office ou fazer home office intermitente. Outra possibilidade é ter um horário alternativo, que permita se deslocar para o trabalho fora dos horários de pico. O transporte solidário pode ser uma opção, mas com um grupo reduzido de pessoas.
Esteja de máscara, evite tocá-la, higienize as mãos com álcool em gel ao entrar no transporte e ao sair dele, mantenha as janelas abertas, evite conversar durante o trajeto e preserve o máximo de distanciamento. Leve uma segunda roupa. Ao chegar na empresa, higienize as mãos com água e sabão e troque a roupa ou ponha o uniforme guardando as peças usadas em uma sacola. Lave o rosto e o óculos, se usar, e  troque, também, a máscara.
E se for máscara de tecido, precisa ser trocada a cada duas horas, também?
Você deve levar em uma embalagem a quantidade de máscaras limpas para toda a sua jornada prevendo trocar a cada duas horas ou sempre que estiver úmida ou com sujeira.  Nunca toque na frente da máscara e sempre higienize as mãos com água e sabão ou álcool em gel, antes de ajustar, retirar ou colocar a máscara, utilizando o elástico ou a fita de amarração. Guarde a máscara suja em uma embalagem destinada para este fim, lavando-a muito bem, em casa. Não coloque a máscara usada sobre superfícies do local de trabalho  ou diretamente no bolso.
A OMS recomenda que as máscaras tenham três camadas de tecido. 
Em nova diretriz, a OMS sugeriu que as máscaras de pano tenham três camadas: um forro de algodão, uma camada externa de poliéster e um “filtro” médio feito de polipropileno ou algum outro material não tecido.  Com esta combinação, tem-se uma barreira mecânica maior. Porém, as máscaras não substituem o distanciamento físico, a higiene das mãos, a etiqueta respiratória  e outras medidas de saúde pública.
A questão da vacina está próxima de se tornar realidade? 
Existem inúmeras linhas de pesquisa buscando encontrar uma vacina. Segundo  o diretor adjunto da OPAS, Jarbas Barbosa, em entrevista à Agência Brasil, em 19 de maio,  a vacina poderá estar pronta para ser fabricada dentro de um ano mas, para alguns, isso pode não ocorrer  em tão curto espaço de tempo.
Os testes são conclusivos quanto a estar com a COVID ou já ter tido? 
O  exame “padrão ouro” para diagnóstico é o RT-PCR de Swab de nasofaringe e orofaringe, que verifica a presença ou não do material genético do vírus. Os exames no sangue são uma outra opção. Por meio deles busca-se identificar a presença de anticorpos, como resposta do organismo ao contato com o vírus, recentemente (IgM) ou previamente (IgG).
Os chamados testes rápidos devem ser colhidos,  preferencialmente, após oito dias de sintomas.  A coleta em pessoas assintomáticas ou muito no início da doença pode dar resultado falso negativo.  Os testes rápidos, isoladamente, não servem para diagnosticar infecção por Covid-19. Vários fatores podem levar a um resultado negativo em um indivíduo infectado, incluindo: • Má qualidade da amostra • Amostra coletada em uma fase muito precoce ou tardia da infecção • A amostra não foi manuseada e enviada adequadamente • Razões técnicas inerentes ao teste.
O teste deve ser feito em período específico.
O sorológico IgM e o IgG deve ser feito a partir do  8º dia de sintomas e o RT-PCR  entre o 3º e o 7º dia de sintomas. O Teste indicado para diagnóstico é o RT–PCR. O sorológico, de fato, tem um grande percentual de falso negativo. Na vigência de teste negativo em pessoa com sintomas muito característicos o melhor é ficar em casa e repetir o teste.
A OMS acaba de informar que assintomáticos não transmitem. 
A infectologista Maria Van Kherkove, da OMS, havia comentado que nos estudos recentemente publicados o contagio através de assintomáticos havia sido raro. Isso gerou um mal entendido que, em seguida, ela retificou, informando que não somente esses estudos não eram suficientes para afirmar que esta seja a regra.
Não seria interessante se as empresas fornecem testes para seus colaboradores antes do retorno às atividades? 
O Brasil não possui testes disponíveis e em quantidade suficiente para testar a população. O melhor seria testar todos, a cada 15 dias, até o final da pandemia. Isto, porém, não é viável por falta de testes. Se a pessoa estiver com sintomas muito característicos, o melhor é ficar em casa, em isolamento. 
Em Brasília, algumas unidades estão agendando o exame, o que acaba demorando ainda mais o procedimento.
Sim e a tendência é que aumente mais esse tempo de agendamento.
Considerando a OMS, o que efetivamente determina o uso de máscara?
A OMS recentemente mudou a sua opinião, indicando o uso da máscara de três camadas, baseada em novos estudos, como um método de barreira mecânico aliado as demais medidas de prevenção: distanciamento social, lavagem das mãos, uso de  álcool em gel e etiqueta respiratória, principalmente.
Pessoas assintomáticas podem transmitir o vírus? 
Sim, podem transmitir, mas ainda são necessários estudos para se avaliar o potencial de transmissão. Não há estudos conclusivos. 
Qual a credibilidade da OMS, que faz algumas afirmações e depois nega?
Como muito bem comentado pelo dr. Celso Evangelista, médico da Qualicorp, estamos conhecendo o vírus.  A cada momento os estudos científicos vão trazendo novas informações.  Temos que desenvolver o nosso senso crítico e bom senso e buscar fontes seguras.
Já tomei Ivermectina.
Com relação a automedicação, há que se ter cautela, pois os medicamentos podem produzir efeitos colaterais, aliados ao fato de que o uso indiscriminado de medicamentos com ação antiviral, antibacteriana ou antiparasitária pode gerar resistência no organismo e, quando necessário e indicado, não fazer efeito.
Vivíamos uma crise sanitária antes, em todo o país. Isso só piorou o efeito da pandemia.
Sim.  A Pandemia tem desnudado a perversidade da desigualdade em nossa sociedade. Mas, ao mesmo tempo, tem apontado a possibilidade de fazermos diferente. Inegavelmente, precisamos revisar os nossos valores. 
Gostaria de saber se somente o hipertenso é do grupo de risco.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia, em nota de esclarecimento publicada em março de 2020, os pacientes portadores de doenças crônicas, que representam em torno de 25% a 50% dos pacientes infectados, apresentam maiores taxas de mortalidade, como a seguir: • Câncer: 5,6% • Hipertensão: 6% • Doença respiratória crônica: 6,3% • Diabetes: 7,3% • Doença cardiovascular (DCV): 10,5%, incluindo as doenças cardíacas descompensadas, congênitas, insuficiência cardíaca mal controlada e doença cardíaca isquêmica descompensada.
São considerados grupos de risco, também, os portadores de: • Doenças respiratórias descompensadas • DPOC e asma mal controlados • Doenças pulmonares intersticiais com complicações • Fibrose cística com infecções recorrentes • Displasia bronco pulmonar com complicações • Crianças com doença pulmonar crônica da prematuridade • Doenças renais crônicas, em estágio avançado (graus 3, 4 e 5) • Pacientes em diálise • Transplantados de órgãos sólidos e de medula óssea • Imunossupressão por doenças e/ou medicamentos (em vigência de quimioterapia/radioterapia, entre outros medicamentos) • Portadores de doenças cromossômicas e com estados de fragilidade imunológica (ex.: Síndrome de Down) • Grávidas e puérperas (parturientes) • Doença hepática em estágio avançado • Obesidade • Maiores de 60 anos.
O enquadramento do colaborador no grupo de risco é feito pela Gestão de Pessoas  e pela Medicina do Trabalho. No caso da Mútua, a avaliação foi realizada mediante a solicitação do colaborador, dados do prontuário, relatório do especialista e resultado de exames.
Vale ressaltar que o enquadramento dos empregados por comorbidades é feito preservando o cuidado com as informações e sigilo médico, sempre mediante pedido ou anuência do colaborador. A Gestão de Pessoas processa as informações e encaminha os trâmites administrativos.
 
Fonte: Gecom/Mútua