Mútua – Qual a importância de se ter um representante da Geologia no Plenário do Confea?
Waldir – Termos representantes no Plenário do Confea é extremamente salutar, pois, mais que defendermos a profissão e as atividades, mantemo-nos vivos e lembrados perante o Sistema, os profissionais e a sociedade. Recentemente tivemos no Confea um geólogo como conselheiro federal na qualidade de titular, o Pablo Souto Palma, do Rio Grande do Sul, que desempenhou muito bem seu papel e hoje está com vocês na Mútua-RS, ao contrário de mim, onde fui duas vezes diretor da Mutua-PE e hoje estou como conselheiro federal titular. Atualmente, além de mim, temos outros dois geólogos como conselheiros federais suplentes, o Jaime da Paz, do Piauí e o Oswaldo Costa de Alagoas. E isso é muito bom para nossa profissão. Estamos sempre atentos, vigilantes, ajudando nossos profissionais, mas, sobretudo, a engenharia como um todo.

Mútua – O senhor tem ampla atuação no âmbito da Geologia, tanto na área fim dentro da CPRM, como no Sistema Confea/Crea e Mútua, Câmara Especializada de Geologia e Minas, Coordenação Nacional, CNP, etc. Digamos “esse trânsito” entre a prática de mercado e o ordenamento profissional foi positivo para sua atuação em ambos os setores?
Waldir – Sim! Muito! A interação entre esses dois campos é muito importante, dando-nos condições de crescimento em ambos, onde a atuação em cada um deles enriquece a atuação no outro.

Mútua – Atualmente existe algum tema da Geologia em destaque no Confea?
Waldir – Sim, dois, a mineração e os recursos hídricos. A mineração, por exemplo, vem passando por situações que, justamente, refletem a falta da Geologia (ou Engenharia Geológica) com o uma das engenharias de nosso Sistema Confea/Crea e Mútua. Estamos vivenciando casos de catástrofes como rompimento de barragens de rejeito de mineração, como os casos de Mariana e Brumadinho, ambas em Minas Gerais, e até consequências de exploração de minérios como em Maceió/AL e Itaparica/BA, sem que fossem tomadas precauções relativas à geologia e que poderiam ter sido evitadas se tivessem um Geólogo em ação. O Presidente do Confea, Joel Krüger, assim que soube de Brumadinho durante uma de nossas Plenárias, tratou de criar um Grupo de Trabalho sobre Barragens para tratar não apenas das de rejeito de mineração mas também das grandes barragens hidráulicas. No mesmo sentido, também criamos um Grupo de Trabalho para tratar sobre o caso dos abalos sísmicos na cidade de Maceió/AL provocados, segundo relatório conclusivo da CPRM Serviço Geológico do Brasil, pela exploração da salgema por uma grande mineradora. Ainda, pelo Confea, estamos conduzindo uma Comissão Temática sobre Recursos Hídricos e Minerais, onde teremos como fruto uma cartilha sobre cada uma das duas áreas. E tudo isso só vem sendo possível ser tratado pelo Confea devido a um conjunto de fatores como a presença de geólogos como Conselheiros Federais e à sensibilidade de nosso presidente e demais conselheiros federais que nos ajudam e apoiam. E a Mútua, através de seu presidente Paulo Guimarães, a diretora Giuelia Figueiredo e demais diretores, também não fica atrás, onde, só neste ano, vem patrocinando dois grandes eventos em nossa área, no apoio financeiro do Congresso dos Profissionais das Geociências – ProGEO realizado pela Febrageo (Federação Brasileira de Geólogos) e da XXIV Semana da Geologia/V Simpósio da Pós-graduação – GeoCeará 2019 realizado pela Associação Profissional dos Geólogos do Ceará (Apegece). Isto sem falarmos na inclusão das Geociências no título e na logomarca da próxima Semana Oficial da Engenharia e Agronomia – SOEA.

Mútua – Podemos esperar alguma tratativa da área no 10º CNP?
Waldir – Seria muito bom dizer que sim, mas não temos com o prever, uma vez que os profissionais são quem ditarão as regras, ou melhor, quem farão as propostas que serão levadas ao CNP. Dependerá se teremos geólogos participando dos eventos preparatórios nos Estados, os CEPs e depois se alguma proposta passará à frente para o CNP. Torço para que os geólogos participem e que frutifiquem propostas para melhorarmos a Geologia e a Engenharia como um todo!

 
Fonte: Gecom/Mútua
Foto: Confea