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“Dar continuidade ao seu legado é a maior homenagem que podemos fazer a Aragão”, afirma Giucelia Figueiredo

Aragão foi, entre os anos 2001 e 2004, coordenador regional da Mútua-PB

Sempre buscando fazer o Sistema Confea/Crea e Mútua mais presente na vida dos profissionais e na sociedade, o engenheiro civil Antonio Carlos de Aragão deixa enorme contribuição e, principalmente, profundos ensinamentos sobre postura, ética e respeito. O presidente do Crea-PB faleceu no sábado (14), aos 60 anos, em João Pessoa (PB). Aragão foi coordenador da Mútua-PB entre os anos de 2001 e 2004, onde também compartilhou aprendizados, amizades e parceria.

“A mensagem que a gente está passando é que a grande contribuição que podemos prestar a Aragão é manter vivo o seu legado”, afirma a diretora administrativa da Mútua, engenheira agrônoma Giucelia Figueiredo. Segundo ela, Aragão tinha o foco no caráter democrático, transparente e ético para que o Sistema estivesse sempre à disposição da sociedade e dos profissionais.

A diretora da Mútua e amiga muito próxima lembra de forma emocionada da conduta humana e idônea do engenheiro civil. “Ele fazia a defesa de valores com maestria, em defesa da Engenharia Nacional, dos direitos e da valorização profissional. Isso nos unia como parceiros, como irmãos e agentes sociais. Tínhamos uma relação de profundo respeito e amizade, centrada nesses valores. Logicamente, tudo envolto em um afeto profundo. Tinha não só um parceiro de caminhada profissional, mas de caminhada social também. Dar continuidade a isso é a grande homenagem que o Crea e o Sistema como um todo podem dar ao Aragão, procurando fazer o Sistema presente na sociedade e na vida dos profissionais”.

Família e Crea-PB lamentam

Irmão mais velho do advogado André Luiz de Aragão e do médico Augusto José de Aragão, Antonio Carlos de Aragão “sempre gostou da engenharia e de Matemática, tentou até cursar Matemática antes da Engenharia. E antes mesmo de concluir o curso estava estagiando em grandes obras. Viu que gostava mesmo da Engenharia”, segundo informa André Luiz.

O irmão descreve que Aragão era muito solidário com os amigos, como se constatou também por sua atuação no Sistema. “Tinha o grupo de pedalada, o grupo da paróquia de Nossa Senhora de Lourdes, onde era Ministro da Eucaristia, uma pessoa muito gregária. Prezava pela ética e estava sempre querendo informatizar o Sistema para facilitar a vida dos profissionais. Sempre falava isso: ‘Como alguns outros Creas, a gente está no século XXI’”, lembrando que o irmão enfrentou ainda a pandemia de Covid-19 à frente do Regional e que os pais, o professor universitário e procurador aposentado Afrânio de Aragão e a professora de Letras, Maria do Socorro Silva de Aragão, acompanham sua despedida.

“Fomos companheiros por muito tempo. Fui tesoureiro no Crea na época em que ele era superintendente. Sempre lutava pelo Crea, esteve sempre presente, desde o presidente Paulo Laércio, quando eu era conselheiro e ele, coordenador da Civil. Sempre muito educado, prestativo. Uma grande perda. Temos que seguir em frente”, diz o vice-presidente do Crea-PB, o engenheiro civil Francisco Xavier Bandeira Ventura, que assumiu interinamente a presidência no último dia 2, alguns dias após a internação de Aragão.

“Estive sempre em contato com o irmão dele, André”, diz, informando que foi segundo vice-presidente no último ano do mandato anterior, após ser coordenador da Comissão de Ética. “Ele me chamou para ser vice-presidente. E agora, é uma responsabilidade muito grande sucedê-lo. Aragão foi conhecido nacionalmente, presidiu o colégio de presidentes. Vamos dar fazer o melhor possível para dar continuidade a essa gestão dele”, descreveu, emocionado.

Aragão

Nascido em Campina Grande (PB), em 3 de novembro de 1960, Antonio Carlos de Aragão cursou parte do segundo grau no Colorado, Estados Unidos, o que o levaria a ser professor de inglês.  Formado em Engenharia Civil pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), iniciou sua atuação como assessor técnico da Comissão de Construção do Espaço Cultural da Paraíba, atuando em seguida como gerente de Engenharia da Funsat – Fundação Social do Trabalho, onde também chegou ao cargo de presidente.

Foi diretor do Sinduscon-PB; conselheiro suplente da Federação das Indústrias do Estado da Paraíba; conselheiro do Crea-PB; conselheiro do Copan – Conselho de Proteção Ambiental da Paraíba; coordenador da Câmara Especializada de Engenharia Civil do Crea-PB; coordenador da Comissão de Ética do Crea-PB; coordenador da Comissão de Renovação do Terço do Crea-PB; coordenador Nacional das Câmaras Especializadas de Engenharia Civil do Confea; coordenador regional da Mútua – Caixa de Assistência dos Profissionais do Crea-PB; coordenador da Comissão Regional Eleitoral – Crea-PB; e coordenador do Congresso Regional dos Profissionais – Crea-PB.

Ainda foi bastante atuante nas entidades de classe: diretor da Associação Brasileira de Engenheiros Civis – Abenc; presidente da Associação Brasileira de Engenheiros Civis-PB – Abenc/PB; e diretor do Clube de Engenharia da Paraíba. No Crea-PB, além de presidente, ocupou os cargos de vice-presidente e superintendente e foi coordenador do Colégio de Presidentes, no Confea. Era ainda empresário do ramo de construção civil. Aragão era solteiro e não deixa filhos.

Fonte: Confea (com inserções)

Foto: Arquivo