Desenvolvido por aluno de Engenharia da Computação da PUC-Campinas, ‘Blind’ usa câmera do smartphone e sistema de reconhecimento para identificar e verbalizar valor da nota
Um aplicativo desenvolvido por um estudante de Engenharia da Computação da PUC-Campinas auxilia deficientes visuais na identificação de cédulas de dinheiro. Usando o sensor da câmera do smartphone e um sistema de reconhecimento, sem necessidade de acesso à internet, o ‘Blind’ verbaliza o valor da nota e oferece maior autonomia ao usuário em atividades simples do dia a dia.
Antes de chegar gratuitamente à loja de aplicativos, o app desenvolvido por Leonardo Maciel como parte do trabalho de conclusão de curso (TCC) é testado por Fernando Maciel da Silva, de 33 anos, deficiente visual atendido pelo Centro Interdisciplinar de Atendimento à Pessoa com Deficiência (Ciapd).
“A gente está tentando ajudá-lo. O Fernando vende trufas na rua, então precisa de ajuda para dar o troco, saber como contar o dinheiro corretamente. Ele já sofreu muito com isso, foi enganado algumas vezes”, conta o estudante.
Desempregado há três anos, Fernando perdeu a visão em 1999 após uma lesão no nervo óptico. Para ele, o app vai auxiliar não somente nas vendas no Centro de Campinas (SP), como também na expansão de sua autonomia.
Ideia
Leonardo conta que a ideia surgiu após um amigo de Socorro (SP) com deficiência visual contar os problemas que tinha com o reconhecimento das notas, mesmo após a mudança realizada em 2014 pelo Banco Central.
“Ele comentou comigo que mesmo com a mudança no tamanho das notas tinha dificuldade de conseguir saber, porque umas já estão gastas ou simplesmente porque não consegue distinguir o tamanho de uma para outra”, conta Leonardo.
Para garantir a eficácia do reconhecimento e verbalização das notas, o criador abastece o banco de dados do aplicativo com diferentes imagens das cédulas, dobradas e até mesmo gastas.
Com os testes realizados com o Fernando e a ampliação do banco de dados do Blind, a expectativa de Leonardo é disponibilizar o app, de forma gratuita, até março de 2019.
Fonte: G1