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Seminário Cresce Brasil em Porto Alegre discute pilares fundamentais da Engenharia de Manutenção

Os palestrantes do evento discorreram sobre inspeção de pontes e viadutos, inspeção predial, identificação de patologias em instalações elétricas e segurança nas atividades de elevação de carga

Lideranças da Engenharia Brasileira debatem e propõem soluções de manutenção

O Sindicato dos Engenheiros do Estado do Rio Grande do Sul (Senge-RS) levou para Porto Alegre o Seminário Cresce Brasil – Engenharia de Manutenção, que visa envolver os profissionais da área tecnológica em torno da temática, com o objetivo de sensibilizar o poder público sobre as medidas efetivas para a conservação das obras e a segurança da população. O debate aconteceu nessa quinta-feira (28), na Sede do Senge-RS, e contou com a presença do presidente da Mútua, eng. civil Paulo Guimarães, da presidente em exercício do Crea-RS, eng. civil e Seg. Trab. Alice Scholl, do presidente da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE), eng. eletric. Murilo Pinheiro, do presidente do Senge-RS, eng. Alexandre Wollmann, e da coordenadora do Núcleo Jovem da FNE, eng. Marcellie Dessimoni.

Paulo Guimarães: “a defesa da soberania nacional passa pela defesa da Engenharia”

Fomentar a discussão em torno de temas sociais, com um amplo debate e expressiva participação dos profissionais são padrões incentivados pela Mútua com as parcerias firmadas com as entidades e instituições de ensino. “Estimulamos parcerias como essa que buscam trazer o profissional para o debate de temas tão relevantes, como é o caso da Engenharia de Manutenção. Valorizamos iniciativas dessa natureza e apoiamos em todos os graus, no que for possível”, apontou Paulo Guimarães. Ainda na abertura do Seminário, o presidente da Mútua defendeu a busca da união na Engenharia, pois, conforme ele ressaltou, isso “favorece com postura e equilíbrio ações que vão ajudar e colaborar com o desenvolvimento do Brasil. A defesa da soberania nacional passa pela defesa da Engenharia”.

Com prioridade para falar sobre o dia a dia do engenheiro, Alice Scholl questionou, em sua fala inicial, a indicação dos engenheiros como totais responsáveis pelas tragédias que ocorrem país a fora.

Alice Scholl falou sobre o orgulho em participar da iniciativa à frente do Crea e sobre a satisfação de fazer parte do Senge. “Tenho orgulho de fazer parte desse Sindicato. A Engenharia vai ser valorizada se nós, como engenheiros, também nos valorizarmos”. A presidente parabenizou a FNE e o Senge pela realização do evento de absoluta relevância para profissionais e sociedade

“Semanalmente temos casos ocorridos no país inteiro e sempre colocam a culpa na Engenharia e nem sempre a culpa é da Engenharia. Em mais de 90% dos casos a culpa é a falta de responsabilidade dos gestores e dos condomínios, por não quererem gastar ou não quererem ter um custo a mais nas obras, tentando baratear, inclusive, sua mão de obra. A falta da responsabilidade técnica é que vem gerando essas inúmeras patologias e essa criminalidade, assim podemos dizer hoje, pois pessoas estão morrendo. Isso não é Engenharia”, alertou.

Palavra de ordem nas ações da FNE, o protagonismo da Engenharia foi mais uma vez cobrado por Murilo Pinheiro. Em sua concepção, o cenário perfeito seria se quando qualquer liderança do poder público citasse a área tecnológica, os engenheiros estivessem a postos e cobrassem seu espaço de fala e de conhecimento. “Não podemos só dizer sempre que a Engenharia está em todo lugar, como, de fato, em tudo o que vemos tem a Engenharia, mas a Engenharia tem que ter voz, temos que nos posicionar e buscarmos o protagonismo. É preciso mostrar que é possível fazer um país mais justo, com mais qualidade de vida e uma Engenharia cada vez mais presente”, avaliou.

O anfitrião do evento, Alexandre Wollmann, pediu por mais debates sobre a Engenharia de Manutenção. “Um tema recorrente e que talvez devesse compor todos os fóruns de discussão do campo da Engenharia, tanto nos Sindicatos, como nas universidades, como também, uma pauta permanente dos ministérios e dos governos, tanto municipais, estaduais e federais”, enfatizou.

Para a coordenadora do Núcleo Jovem da FNE, discussões sobre os problemas enfrentados pela sociedade favorecem, além da própria população, a todos, instituições, profissionais e jovens profissionais. “Este Seminário abre as portas para a nova geração que está indo para o mercado de trabalho, os novos engenheiros. Nós estamos desesperados com a crise que se instalou em nosso país, mas somos muito otimistas e acreditamos que unidos e contribuindo com temas como esse, com propostas e deias, é que a Engenharia vai conseguir voltar a ser a mola propulsora do Brasil. Se os nossos gestores públicos ouvissem um pouco mais a Engenharia e os nossos profissionais, eles errariam menos em todas as áreas”, concluiu.

Palestras

O mercado de trabalho na área de inspeção predial foi um dos pontos detalhados por Capraro

Na sequência das falas de abertura, tiveram início as palestras técnicas. O primeiro tema em cheque foi “Inspeção predial: oportunidades e desafios para a Engenharia”, que teve como palestrante o professor, engenheiro civil e coordenador da Câmara Especializada de Engenharia Civil do Crea-PR, Luiz Capraro.

O tema “Inspeção de pontes e viadutos: principais anomalias e a importância da manutenção” foi apresentada pelo engenheiro civil, chefe da Seção de Engenharia de Estruturas do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT), Ciro José R. V. Araujo.

“Identificação de patologias em instalações elétricas com potencial de causar incêndios” foi o alerta debatido em seguida. Gustavo Silva da Rocha, engenheiro eletricista e doutorando em Engenharia de Segurança ao Incêndio (Universidade de Coimbra – Portugal), foi quem abordou a temática.

Fechando a programação de palestras, Alexandre Nakashato – gerente nacional de vendas e instrutor da Crosby-Gunnebo, falou sobre a “Segurança nas atividades de elevação de carga”.

Paulo Guimarães e Hiago Machado

FENEC marca presença
Hiago Alexandre Machado, presidente da Federação Nacional dos Estudantes de Engenharia Civil (FENEC), participou do Seminário no Senge-RS.

Ele explica que a entidade nasceu em 2012 por ocasião da realização de um congresso nacional de estudantes. “A partir do encontro, viu-se a necessidade de uma federação nacional para estudantes da Engenharia Civil. Hoje, os eventos da Federação vêm tomando proporções grandiosas, que, talvez, nunca fossem imaginadas. A FENEC foi criada dessa necessidade de querer mais benefícios para o estudante, por essa busca constante pela melhoria”, conta Hiago.

As entidades de base da Federação são Centros e Diretórios acadêmicos das Universidades. A principal atuação da entidade estudantil está ligada à realização de eventos técnicos. “Em 2017, tive a oportunidade de ir a Belo Horizonte, onde ocorreu o Encontro Nacional e, com certeza, esse encontro foi um divisor de águas para mim. Por isso, acredito tanto no benefício da Federação e no conhecimento que os eventos disseminam”, explica o presidente da FENEC.

Sobre a interação do Sistema com os estudantes, Hiago comenta que é uma via de mão dupla, em que todos podem contribuir uns com os outros. “O que a gente preza é que a Mútua e o Sistema sejam participativos dentro das universidade, assim como já vêm demostrando ser. Uma das nossa missões é diminuir a evasão universitária e, a partir disso, trazer o profissional para o Sistema para que ele seja atuante, que consiga ter os benefícios da profissão e consiga ter, de fato, uma boa qualidade de ensino e, com isso, ser um bom profissional”, observa.

 
Fonte: Gecom/Mútua
Fotos: Gecom/Mútua e João Alves